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sábado, 1 de janeiro de 2011

As velas

As velas têm sido, desde os tempos mais antigos, fonte de luz e símbolo de conforto para o homem. Em função de sua importância, as velas acabaram cercadas de mitos e lendas, fato que ilustra a grande estima em que foram tidas.

As velas sempre foram utilizadas para dar luz e claridade, não apenas em lugares, mas principalmente com finalidades mágicas ou espirituais. A luz de uma vela carrega em si todas as forças do Universo, tanto que sempre cumpre a missão de agregar luz e força a qualquer situação. A chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio a direção.

O homem pré-histórico começou a utilizar a gordura dos animais que ele utilizava para a sua alimentação, para iluminar a sua caverna. Mais tarde, ele percebeu que no inverno, essa gordura endurecia e era possível então, utilizá-la com o uso de um pavio. Nasceu, deste modo, o que hoje conhecemos como velas.

A caça à baleia, produzia uma quantidade enorme de gordura que passou a ser utilizada com exclusividade na confecção de velas, chamadas velas de espermacete. Com o crescimento da indústria petrlífera, passou-se a utilizar um de seus sub-produtos, a parafina, misturada com estearina, para a confecção das velas.

A introdução das velas nos rituais religiosos, deu-se quando o homem tentou afastar as trevas de suas cavernas e tendo esta iluminada, podia ocupar-se de render graças ao Criador por uma boa caçada ou uma colheita farta, e até mesmo pedir auxílio, benção ou perdão. A chama brilhando no escuro da caverna, significava a própria presença de Deus, que nunca deixaria de existir no coração dos homens.

Simbolicamente, a luz sempre representou o poder do bem para a humanidade. Nos antigos mistérios da antiguidade clássica, simbolizava a sabedoria e iluminação.

A chama da vela era associada a alma imortal brilhando nas trevas do mundo. Das crenças sublimes como esta, surgiu a prática de acender velas como arte mágica. O uso das velas é um ritual simples e muito utilizado nas religiões, seu único pré-requisito é a crença no Criador Supremo.

A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia. A vela que se acende para a meditação e a magia é uma valiosa ferramenta para quem trabalha com energias superiores. A luz da vela é hipnótica, ajuda a concentrar a atenção na chama e a fundir nossa vontade com a força do fogo. As velas funcionam como agentes focalizadores da mente e auxiliam na concentração ou mentalização.

A vela funciona na mente das pessoas como um código mental. Os estímulos visuais captados pela luz da chama da vela acendem, na verdade, a fogueira interior de cada um, despertando a lembrança de um passado muito distante, onde seus ancestrais, sentados ao redor do fogo, tomavam decisões que mudariam o curso de suas vidas. A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica uma forte sensação de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais em estado latente.

O uso das velas comuns, geralmente brancas, na Umbanda, chegou até nós através da Igreja Católica, já que os altares sempre foram iluminados por velas. Com a divulgação das Sete Linhas da Umbanda e as cores aplicadas a cada Orixá, houve a procura de velas nas cores dos respectivos Orixás.

Quando acendemos uma vela para determinado Orixá ou Entidade, é necessário fazê-lo com bastante firmeza, orando e se concentrando mentalmente. Para apagar uma vela não devemos soprá-la e sim, usar dois dedos ou um abafador de velas. Quando sopramos, a energia nela depositada se dispersa e a energia é mais eficaz, quando concentrada.

As velas representam a Luz Divina Universal. Sabemos que a vida gera calor e que a morte traz o frio. Sendo a chama da vela cheia de calor, ela tem um amplo sentido de vida, despertando nas pessoas a esperança, a fé e o amor.

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