“Fio, suncê qué memu trabaiá?”
Mãe Anastácia me disse essas palavras num dos momentos mais difíceis que eu passei dentro do terreiro, onde a minha fé havia sido posta a prova por causa de fofocas que inventaram sobre mim, não vou entrar em detalhes porque isso não é necessário, mas foram coisas que realmente chatearam, e esperando ouvir algum consolo da Preta Velha recebi essa pergunta.
Hoje eu vejo a mesma pergunta com outros olhos, você entra num terreiro e vendo aquelas pessoas de branco trabalhando com espíritos imagina que sejam seres especiais, evoluídos que muito tem a ensinar, mas infelizmente as coisas não são bem assim.
No Terreiro você vai lhe dar com pessoas que mentem, que xingam, muitas vezes pessoas que mesmo sabendo ser errado fazem fofocas, pessoas que você vai ver bajulando a mãe de santo, tentando com isso mostrarem ser melhores, você vai encontrar pessoas mais velhas que vão se achar donas da verdade, pode acontecer de algumas delas simplesmente e gratuitamente não irem com a sua cara e fazerem questão de deixar isso claro, ou muitas vezes serem falsas.
Você pode topar com pais e mães de santo que vão ter uma forma de trabalhar que você não concorde, que vão ter opiniões as vezes radicais e extremistas, as vezes podem ser pessoas calmas e passivas demais, ou irritadas demais, ou mesmo pessoas que gostem de uma evidência e um elogio.
Estou dizendo isso para denegrir o terreiro, Não! Estou mostrando que todos lá dentro são seres humanos falhos que podem sim possuir algumas dessas características, não obviamente todas, mas que são instrumentos da espiritualidade justaente para, através do trabalho do amor e da caridade também evoluírem em seu aspecto íntimo também, no seu burilamento íntimo, no aperfeiçoamento de suas más inclinações, eles estão lá igualmente para evoluir.
Óbvio você vai encontrar pessoas de coração nobre, generosas, benevolente, pacientes no ouvir, sábias no falar, pessoas que as vezes vão parecer verdadeiras entidades vivas de tão boas que são.
Mas encontrando pessoas humanas com seus defeitos, muitos deles a te afetar ou mesmo magoar, isso é razão pra abandonar aquele terreiro e partir pra outro? E se no outro encontrar as mesmas coisas, vai sair também?
Vai ficar pulando de terreiro em terreiro até encontrar um onde encontre médiuns perfeitos?
Claro, você não é obrigado a ficar num lugar que não esteja ajudando em sua evolução, ou que não esteja fazendo você se sentir bem pra desenvolver sua mediunidade, como eu sempre falo, tudo deve ser pesado pelo bom senso, mas nunca se esqueça que todos nós também estamos neste barco, parte de nós compreender tanto quanto desejamos ser compreendidos, as entidades confiam em nós apesar dos nossos defeitos para sermos instrumentos de serviço e assim podermos crescer também, as vezes certas atitudes magoam sim, mas lembrem-se que o Umbandista deve abandonar a si mesmo quando entra no terreiro.
É isso que muitas vezes as entidades vem nos lembrar quando nos perguntam se realmente desejamos trabalhar, não deixe que as características humanas turvem teu coração, se você deseja realmente trabalhar terá que primeiramente não dar ouvidos a muitas coisas e principalmente não se envolver elas, porque as três matam um terreiro ao meu ver:
Fofoca
Bajulação
Prepotência
Se você quer ser um bom trabalhador vigie e fuja destas três atitudes e pratique justamente os seus opostos
Silêncio
Comedimento
Humildade
Tenha certeza que estas três palavras farão de você não só um bom umbandista mas também um ser humano valoroso.
Tenham muito amor para dar e respeitem todos como são, procurando contribuir ao máximo para seu crescimento dentro do que vos for permitido e possível
Aí eu pergunto para vocês refletirem usando as palavras da preta velha
Fio, suncê qué memu trabaiá??
Sabedoria de Preto Velho

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